Aqui é o seu lugar

Então você é como um daqueles tantos outros: fica de olho em uma calça linda (e cara) mas não compra por dó dos 140 reais e, minutos depois, gasta esse mesmo valor com coisas bestas que jamais vai usar, tipo um par de brincos com pingente de xamã, um leque chinês e um porta-qualquer-coisa? Pois é: a soma (das parcelas) e a subtração (do salário) são as contas mais complexas que a matemática já nos apresentou.

Aprochegue-se, sente-se e tome um café! Aqui é o seu lugar e é com você mesmo que eu quero falar. A ideia é: gastar bem e sempre, de forma moderada e inteligente. Juntos, a gente consegue.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

A louca do brog

[Dia 13] Depois que postei o primeiro texto na seção "Hora de investir" recebi uma enxurrada (algo bem propício com a nossa realidade atual de chuvas) de comentários por e-mail e comunicadores virtuais (por favor, utilizem o espaço para comentários aqui debaixo!) questionando a minha sanidade mental.

Comoassimsobrardinheiro?Vocêtálouca?Nãosobranadaminhafilha!

Realmente o negócio não é de um dia para o outro mesmo. Não é porque você achou esse lindo brog que, de um dia para o outro, seus problemas acabarão, como em um passe de mágica. Eu mesma relatei que demorei quase um ano para atingir um nível, digamos, ok de dinheiro.

Antes de eu me redimir da vida de gastadora compulsiva, lia diversos livrinhos bonitos e coloridos sobre orçamento doméstico, explicando como era importante fazer os juros trabalharem a meu favor e não contra mim, como era bacana poupar e juntar dinheiro para comprar as coisas à vista. Daí, então, era a minha vez de reclamar.

Comoassimguardardinheiroecompraràvista?Vocêachoaqueeuconsigovivercomumpardemeiasenaobebernemumgoledecerveja?


Fique esperto: o segredo é paciência. Isso, e nada mais. Segurar cada ímpeto consumista e fazer de tudo para se manter nos eixos. Daqui a um ano, dois talvez, você vai entender bem isso. Vai saber que sim, é possível ter uma sobrazinha no fim do mês e que, já que você não nasceu rico e nem casou com alguém abonado (pelo menos por enquanto), tem que viver no aperto. Pelo menos até subir na vida!

Sua missão de hoje é: parar de me chamar de louca e acreditar no que eu digo. Ou escrevo. Enfim.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Nem vem que não tem

[CuidadoComOGorpe] E não é que um dia estou eu, feliz e contente dentro de um ônibus (como boa blogueira de finanças, obviamente, estou juntando dindin para comprar meu carro à vista, sem cair na lenga-lenga do crédito eterno), quando me liga a gerente da minha conta-corrente. Pega o diálogo:

Gerente Com Voz Feliz: Olá, Adriele. Quem fala é X, gerente de sua conta no banco Y. Estou ligando porque vi que você tem quase R$ 6 mil de crédito pré-aprovado para seu cheque especial e você não usa. Não teria o interesse de aceitar o benefício?


Veja bem: cheque especial, nunca, em hipótese alguma, é um benefício. Nada que faça uso do prefixo "bem", ou suas flexões, custa 6% ao mês.


Cliente Com Voz De Má-Vontade: Não, obrigada!

Gerente Com Voz Forçadamente Feliz: Mas você conhece os benefícios desse produto?

De novo o benefício. Eita lasqueira!

Cliente Com Voz De Má-Vontade: Eu não uso o cheque especial. Sei como funciona a bola de neve!

Gerente Com Voz De Estou Preocupada Com Você: Mas sabe o que é, Adriele? É que esse limite pré-aprovado aparece a todo momento no visor do caixa eletrônico quando você for sacar dinheiro. Se um dia - espero que isso não aconteça - você sofrer um sequestro relâmpago, o assaltantate fará você cadastrar o benefício na hora para sacar o dinheiro. Se você cadastrar ao menos R$ 200, esse aviso some da tela e você corre menos riscos.

Cliente Com Voz de Saquei O Seu Jogo: Veja bem, eu sei como essas coisas funcionam. Vocês aumentam o limite gradativamente e eu não tenho interesse, realmente.

Gerente Com Voz De Confie Em Mim: O valor fica travado, eu garanto!

Cliente Com Voz de Cansei De Brincar: Já que é esse o problema, porque o Banco Y simplesmente não tira o aviso do caixa eletrônico? Fica muito mais fácil de proteger o cliente, não?

Gerente Com Voz de Pega Na Mentira: É algo que nossos técnicos já estão fazendo, mas que demanda tempo. O Banco Y preza muito pela segurança de seus clientes e fará isso com certeza!

Clique.

E eu sou otária, né?

Fique esperto: se alguma empresa, banco, loja ou aquele cunhado roleiro chegar para você oferecendo um serviço super genial, DESCONFIE. Ninguém vai lhe ligar para dizer como se dar bem na vida, a ideia, sempre, é que o lado que oferece obtenha lucro. Não seja zé mané!

Sua missão de hoje é: se cadastrar na lista do Procon que proíbe o contato de telemarketing  

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Onde comprar o material escolar com o menor preço

[DicaDaBooa] Que pesquisar antes de abrir a carteira é necessário todo mundo sabe, não é mesmo? Posintão: um levantamento feito pela Fundação Procon de São Paulo mostrou que a diferença de preço do mesmo produto, apenas mudando a loja, é de até 233%.

Você sabe o que é isso? Se um caderno custa R$ 5 reais em um lugar, sai por R$ 16 e qualquer coisa em outro. Bisurdo! Cada um cobra o que quer, né? Depende só de você não sair perdendo.

Do total dos itens comparados, o estabelecimento Japuíba (Região Norte) foi o que apresentou a maior quantidade de produtos com menor preço (44 produtos). Veja a relação completa do lugar com melhor preço:




O levantamento foi realizado entre os dias 5 e 6 de janeiro, em cinco regiões de Sampa. Ao todo, foram divulgadas informações referentes a 155 itens. Segundo a entidade, as duas maiores diferenças de preço encontradas foram:


1ª Diferença: 233,33%
Produto: Lápis Preto nº2 – unid. – Ecolápis 9000 Sextavado – Faber Castell
Maior preço: R$ 1,50 (“Momotaro” – Sul)
Menor preço: R$ 0,45 (“Magno´s – Norte)
Diferença valor absoluto: R$ 1,05


2ª Diferença: 114,29%
Produto: Lápis Preto nº2 – unid. – Redondo HB2 – Bic
Maior preço: R$ 0,60 (“Momotaro” – Sul)
Menor preço: R$ 0,28 (“Japuíba” – Norte)
Diferença valor absoluto: R$ 0,32

Veja todos os preços dos produtos clicando aqui

Fique esperto: antes de sair doido ou doida, visitando várias lojas para comprar, em cada uma delas, os itens de menor valor, avalie se o gasto com locomoção (ônibus ou combustível) compensarão o esforço. É tudo na ponta do lápis! E jamais leve uma criança junto para a gastança. Além de cansar a pobrezinha, sua conta pode vir muito maior por "amolecimento de coração"

Sua missão de hoje é: ver o quê da lista de material escolar 2010 pode ser reaproveitado do ano passado

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Primeira sobrinha do mês

[HoraDeInvestir] É uma coisa tão linda de Deus quando, depois de passar aquele perrengue, conseguimos enxergar uma folga de nem que seja R$ 50 no orçamento. Acabou o mês e o dindin está lá, lindo — sua recompensa pelas privações vividas nos últimos tempos.

Dá um comichão, uma vontade de torrar tudo em um presente para você, não é? Quem sabe, até comprar algo de R$ 100, parcelando em duas vezes no seu recém-readmitido cartão de crédito (se sobrou R$ 50 neste mês, sobrará o mesmo valor mês que vem, não é?).

Não, pessoa gênia. E dar adeus assim, sem mais nem menos, ao seu troféu é uma estupidez tremenda. Você deve guardá-lo, isso sim. Vai que no mês que vem você passa por um problema e precisa, justamente, de R$ 50 para comprar remédio, um tênis para seu filho ou metade de um pneu pro seu carro?

A pergunta que se segue é onde investir esse valor tão rizível. Se você chegar para seu gerente do banco, pedindo orientação, ele vai dar uma gargalhada. Montantes pequenos assim combinam sabe com o quê? Com a boa e velha poupança.

Tenho que assumir que AMO, de paixão, essa aplicação fácil e acessível. Não rende lá grande coisa, mas faz parte de um exercício para os próximos investimentos. Afinal, se você não entender nem a porpa, como conseguirá compreender esses tais de CDBs, ações e lá vai cacetada? Impossível, bem.

Aí vale uma informação. Uma pesquisa da consultoria Economatica mostrou que, em 2009, a rentabilidade nominal da aplicação mais segura do Brasil foi a menor da história, em 7,05%. ("então essa louca que escreve o blog quer me ferrar dando conselho torto?", vc pensa. e eu respondo: "carma lá!")


Por outro lado, o ganho real do poupador — que nada mais é do que o juro pago pelo banco, menos a inflação — foi superior à de 2008, quebrando uma sequência de dois anos de queda. Belezura!

Seguinte: a poupança rende, no mínimo, 0,5% ao mês. Isso dá 6,17% ao ano, sendo extremamente exata. Além disso, tem a incidência da taxa referencial (TR) do mês. A TR é um indicador de compreensão impossível oriunda da Selic (lembra do Copão de cerveja?). Vamos supor que renda 1% no ano. Em uma conta tortinha, temos 7,17% ao ano. Eba! Tirando uns 5% de inflação, chamada de Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), sobram 2,17% de ganho real

Suposições à parte, dá uma olhadin nos dados da Economatica para você entender o cenário:



Fique esperto: o legal da poupança é que ela é isenta de imposto de renda, então você pode movimentar os valores sempre que quiser (mas eu indico que isso ocorra apenas quando for necessário). Isso, sem qualquer cobrança adicional. Os bancos também não cobram tarifa de manutenção, então o ganho é limpinho. Lindeza, né?

Sua missão de hoje é: abrir sua poupança, vinculada à conta-corrente para facilitar as transferências

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A Festa da Carne e as vacas magras

[ParaSairDaRotina] Poxa, e não é que esse tal de Carnaval já está chegando? Sensacional, não é, minha gente? Bora planejar para onde ir!



Veja bem, não é assim que as coisas funcionam. O Grito de Carnaval será na sexta-feira, dia 12 de fevereiro. Hoje já é dia 18 de janeiro - e fica fácil de perceber que há menos de 30 dias para planejar tudo, não é? Planejar nem é o problema. A grande questã é o preço: quanto mais próximo da data, mais caros ficam os pacotes. Lascou.

A não ser que você vá para suas posses de veraneio ou à de algum amigo abnegado, a viagem sairá muito mais salgada - e, por consequência, um mal negócio, tomando como base o custo-benefício. Tá bom: essa relação mercantil, no caso da festa da carne, é diferente. É uma coisa louca, livre e sensacional. Só que enquanto você estiver com as contas apertadas, você não tem direito a se dar um luxo caro desse tipo. A não ser que queira amargar suas dívidas até a próxima celebração da tentação coletiva. Ce'quesabe.

Fiz uma pesquisinha rápida nas internet (que gênia!) em uma grande operadora, que teve participação comprada por outra grande empresa, recentemente. Vamos chamá-la de DWD. Um pacote de quatro dias e três noites em Florianópolis fica a partir de R$ 1,2 mil. Se você fechar um pacote para o mesmo lugar em uma outra data, o preço inicial é de R$ 770, maomeno. Uma economia de pouco menos de R$ 500. Sem falar nos disparates etílicos que o acometeriam nesse momento de louvor carnal e levariam seu limite do cheque especial (bêbados ficam ricos, lembre-se disso).

Coisa linda! Quanto dinheiro virtualmente economizado!

Por isso, queridão e queridona, planejar viagem é coisa de, pelo menos, dois meses de antecedência.

Fique esperto: a pesquisa e a pechincha são a alma do bom negócio. Avalie com várias agências, tente resgatar milhas para passagem aérea e por aí vai. Faça um esforço para pagar à vista (esforço = poupança) e chore um descontinho


Sua missão de hoje é: começar a planejar sua viagem de Páscoa e se conformar com um Carnaval não tão aproveitável


(pelas cores fica fácil de saber que eu peguei a foto do site da estimada escola de samba Magueira)



quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Sujou!

[Dia 13] Um dos efeitos colaterais da gastança desenfreada e inconsequente é o malfadado nome sujo na praça. Sempre me perguntei, quando criança, onde diabos era essa praça e porque as pessoas se importavam tanto com ela. "Se o problema é lá, simplesmente não dê mais as caras onde o negócio está ruim. Ou então lave o nome!".


(coloque seu nome aqui)

Tenho de admitir que o meu nome já foi para as imediações deste lugar. E foi de um jeito bem idiota: emprestando um cartão meu para uma pessoa. Sabe cartões de loja? No suge da adolescência são os únicos lugares que lhe dão crédito pelo simples fato de você respirar. Pois bem. Emprestei o ditocujo e, a fatura a pagar - impressa no momento da compra - ficou com nas mãos da pessoa.

O tempo passou, estava tudo lindo, quando um dia a mocinha do telemarketing me liga, toda educada, perguntando quando ia pagar a parcela. Assustei, obviamente, e contatei o meu credor sublocado ilegalmente. Após juras de que a conta seria colocada em dia e que havia enfrentado um problema, fiquei mais tranquila.

Acredito que um mês depois, chegou a cartinha na minha casa. Aquela cartinha que os carteiros, porteiros, vizinhos, todos, reconhecem quando veem. Vexame!

O fato é que não tem muito o que fazer, isso acontece por sua responsabilidade ou compartilhada com terceiros (no fundo é sempre sua responsa e acabou). É importante dizer uma coisa: antes de seu nome ser inserido nas listas de maus pagadores do SCP e da Serasa, você deve ser avisado pelo credor. Não existe sujeira-surpresa. É seu direito ter conhecimento disso. Se você não foi, tem todo o direito de contatar um órgão de defesa do consumidor.

Uma vez que esteja nessa situação, é momento de negociar para conseguir resolver a situação e reaver a higiene de seu nome. Afinal, todos sabemos as consequências maléficas disso, não é? Parece que todas as administradoras de cartão de crédito, varejistas e, até mesmo, seu emprego, frequentam aquela bendita praça que tem uma plaquinha com o seu nome, escrito em etras garrafais, todo elameado.

O ruim é que, normalmente, financeiras compram essa dívida podre de seu credor (a loja na que lhe deu o cartão de crédito, por exemplo) por um preço mais baixo e cobram juros absurdos de você. É momento de mais barganha e, até mesmo, procurar o Procon, caso as taxas sejam abusivas.

Fique esperto: não é porque uma dívida vence em cinco anos e seu nome é automaticamente lavado que é bonito dever. Se você fez uma dívida, honre-a - mesmo que seja necessário muito tempo para conseguir arcar com ela. Esse é o primeiro passo do consumo consciente: ter noção das consequências de seu descontrole. O lado bom é que, enquanto seu nome está sujo, ninguém lhe dá crédito e você não contrai mais dividas.

Sua missão de hoje é: enfrentar esse problema. Todos sabem qual o assunto daquela cartinha porque já a receberam um dia

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Cartão de crédito: é possível ganhar dinheiro com ele



[Dia 12] Cacilds! Estamos no dia 8 de janeiro, mas a angústia de sobreviver com apenas R$ 15 no mês dá uma impressão de que, na verdade, estamos no dia 38 (?). E é preciso, realmente, desacelerar, já que o adiantamento do dia 20 ainda demora a chegar.

Lembra que em um post passado eu falei sobre o assassinato sumário de seu cartão de crédito? No mesmo texto, afirmei que ele era um tremendo aliado para o orçamento doméstico - mas apenas se você fosse controladinho ou controladinha - e que, no futuro, dedicaria um post somente a ele e a seus benefícios. E eis que estou aqui, no papel de advogada do diabo.

O negócio é o seguinte: aquele pedacinho de plástico magnífico tem a capacidade de dar fôlego às suas finanças. Você compra agora e paga só daqui a 30 dias, pelo mesmo valor que pagaria à vista. Suponhamos, portanto, que você faça uma compra de R$ 200 com o dito cujo, mesmo tendo a grana para pagar à vista. Adiando o desembolso em 30 dias, você deixa a graninha na porpança, feliz e contente.

Chegado o dia de pagar a fatura, você retirará o valor guardado (por isso que é preciso ser controlado) da aplicação, e verá uma surpresa: em vez de ter R$ 200, você terá R$ 201,20 (levando em consideração uma remuneração mensal de 0,6%). Deu para entender? Você compra e, pasme, ganha dinheiro com a prorrogação do pagamento. Simples!

Se você não tem o dinheiro agora mas o terá no dia do pagamento do salário, melhor ainda! Não paga juros do cheque especial e nem passa apuro.

Além disso, tem uma coisa bacaníssima que os bancos fazem quando oferecem um cartão: o programa de pontos. À medida que você vai comprando e pagando sua fatura em dia, o valor gasto é revertido em créditos, os quais podem ser trocados por diversos tipos de produtos e serviços. Então você, um consumista regenerado e pão-duro convertido, pode utilizar esses pontos para comprar itens em situações em que, por exemplo, é obrigado a presentear alguém (casamento, aniversários e afins). Mas fica a dica: como é, digamos, de grátis, normalmente a entrega do produto demora uns 30 dias, por isso é necessário se programar e fazer o pedido com antecedência.

Claro que nada disso adianta muito se você pagar uma anuidade astronômica à sua operadora. Por isso, no momento da contratação, exija que nada seja cobrado. Ou, se você já tiver um plástico e pagar, nem que seja, R$ 6 por mês, ligue para o banco e peça a isenção. Caso o atendente se negue a dar, diga que irá cancelar seu cartão. Comigo essa jogada kamikazi sempre funcionou ;)

E, claro, NUNCA atrase o pagamento e JAMAIS lance mão do pagamento do mínimo. Os juros, nestes casos, superam os 10% AO MÊS e você se lasca!

Fique esperto: no momento de retornar ao universo amigo, porém, perigoso do cartão de crédito, tome cuidad com o limite que irá contratar. Comece com valores pequenos, para que você possa se reeducar aos poucos a usá-lo. E, por enquanto, não faça compras parceladas. Elas também são legais, mas em termos

Sua missão de hoje é:  negociar a anuidade de seu cartão de crédito

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Endividado ou inadimplente?

[ParaSairDaRotina] Pesquisa divulgada nesta quinta-feira, dia 7 de janeiro, pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) mostrou uma novidade, algo que ninguém esperava: por conta das festas de fim de ano, o total de famílias endividadas no município de São Paulo saiu de 46% do total em novembro para 48% em dezembro. 

Isso não é nada assombroso, obviamente, porque neste período as pessoas têm o costume de colocar o pé na jaca mesmo. E não é necessária nenhuma pesquisa para você saber disse, némemo? Mas é um dado interessante, de qualquer forma.

Continuemos com os números. Já o total de famílias inadimplentes apresentou forte elevação no último mês do ano, passando de 14% para 20% em dezembro. Com isso, 18% dos entrevistados gastaram mais do que ganharam.

Veja bem, existe uma diferença entre endividado e inadimplente. Endividado é aquele que tem um determinado número de parcelas a pagar. Inadimplente é o cara que tem a dita dívida e não conseguiu honra-la.
Segue trecho do material de divulgação:


De acordo com a pesquisa, 29% das famílias passam em média três meses com a renda comprometida com o pagamento de dívidas. 30% têm a renda familiar comprometida com contas superior a um ano. Por outro lado, das famílias com contas em atraso (inadimplentes), 32% possuem contas em atraso por período superior a 90 dias e 24%, entre 30 e 60 dias. O tempo médio de atraso de dezembro é de 62 dias.


E você? Exagerou na coisa neste fim de ano?

Fique esperto: por mais que seja legal parcelar uma coisa ou outra, porque assim é possível adequar o valor a ser pago ao quanto você recebe, a atividade é um perigo se não for feita de forma controlada (o que acontece na maioria das vezes, não é?) Por isso, opte por um número menor de parcelas, para que elas não sejam esquecidas ao longo dos meses

Sua missão de hoje é: estabelecer um período no qual não contrairá nenhuma dívida

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Mês de 60 dias

[Dia 11] Preciso confessar que este post que vos escrevo demorou um tempinho para ser confeccionado. Difícil falar sobre finanças pessoais sem citar a necessidade de fazer uma lista receita/despesa e não gastar dinheiro à toa, além, obviamente, de ter calma e lembrar que isso é só uma fase. Isso você já leu, não é mesmo?

Agora é o momento de viver no sufoco. Se você foi um bom leitor, abriu mão do limite do banco, do cartão de crédito e está fazendo de tudo para não sucumbir - mas é difícil ver aquela conta bancária triste, com dois reais apenas.

Quando passei por isso, tomei uma medida extrema: caiu o meu salário (o que acontecia uma vez por mês apenas, retirando aquela sensação enganadora de bonança bimensal), paguei todas as contas. Adiantado, obviamente. Sabe por quê? Porque se a grana ficasse na conta, eu, uma consumista inveterada, não aguentaria enquanto não a gastasse. Tudo pago? Ótemo. Sobraram R$ 15? Saque o dinheiro e deixe cinco reais na carteira e o restante em casa, para caso de extrema necessidade. Sim, queridão e queridona, este é todo o seu dinheiro do mês.

Quer comprar um drops? Compra, o azar é só seu! Vai ficar sem nada até o fim do mês, nem a segurança ilusória do cheque especial o ajudará. Assim você pensará mais de uma vez antes de tirar o dinheiro do bolso.

Dá meda, mas funciona!

Fique esperto: Este tipo de situação extremista requer preparação. Para que você possa seguir à risca isso, precisa fazer uma compra decente no supermercado para passar o mês, por exemplo. Quando digo decente, não quero dizer farta, mas avaliada milimetricamente para que não falte algum produto de consumo básico durante o longo e interminável período de 30 dias. É preciso também ter a quem recorrer em caso de emergência, como, por exemplo, quando houver necessidade de comprar remédios

Sua missão de hoje é: preparar-se para um mês psicologicamente mais comprido do que um regular

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Crédito de início de ano: vale a pena?

[ParaSairDaRotina] Eu sei, eu sei. Estou exagerando um pouco nas postagens: três por dia é coisa demais. Mas eu fiquei um tempinho fora do ar, sinto a consciência pesar e achei por bem passar as informações que considero mais importantes neste começo de ano. E algo inerente aos meses de janeiro, fevereiro e março - além do calor de fritar o coco e a chuva torrencial - são as continhas de início de ano: IPVA, IPTU, matrícula e material escolares... tudo muito imprevisível, não é?

Como se não bastasse a pobreza que nos acomete no período pós-festas, temos mais essa para nos lascar. Quem mandou não representar o seleto 1% de pessoas que guardou o décimo terceiro, hein? (Saiba mais em Abono, Abono meu).

Neste período, pipocam bancos oferecendo um crédito especial para os festeiros que não ficaram com nenhum dindin no bolso, específico para essas continhas de início de ano. É aí que mora o perigo.



Vi umas opções no mercado e selecionei um exemplo. Vamos chamar a instituição de Banco X.

Neste produto especifico, o cliente pode escolher a data de vencimento da primeira parcela para até 59 dias após a contratação da operação. O juro mensal varia de 3% a 3,99%, sendo que as linhas atingem até 40 meses - desde que a prestação não seja inferior a R$ 40. Não vamos entrar nos pormenores, deixemos apenas essas informações e avaliar três situações:


  1.  Você não tem o dinheiro à vista e quer pagar as coisas tudo de uma vez para conseguir um descontinho, mas consegue arcar com as parcelas no prazo. Por que não pegar o crédito e ser feliz, aproveitando o abono oferecido? Aí que você corre o risco de se estrepar: desconto não é sinônimo de economia se o crédito que você tomar for maior que esse benefício. Aprenda a fazer o cálculo aproximado no post Sem desaforo.

  2.  Você não tem dinheiro nem à vista e nem a prazo. Se nem apertando daqui e de lá você vai conseguir pagar as parcelas, sendo necessário, inclusive, recorrer ao cheque especial para conseguir arcar com a conta de luz, vale a pena tomar o crédito. Claro. O cheque especial custa entre 6% e 12% ao mês (veja mais no post Come dinheiro), portanto, esse dinheiro do exemplo é mais barato, já que o juro vai até 3,99% ao mês. E já que você vai ter o dinheiro todo em mãos, pague tudo à vista, ganhando o descontinho básico e, consequentemente, reduzindo o custo financeiro total. Mas atenção: é preciso tomar um empréstimo que caiba no bolso e que não acabe sendo coberto pelo limite do banco, gerando um gasto ainda maior.

  3. Você prefere procurar outros tipos de crédito, do pessoal ao consignado. Lindo: veja qual tem a taxa menor e seja feliz.


Fique esperto: é sempre bom evitar tomar crédito, porque as taxas no nosso querido país são extremamente altas. Contudo, se não tiver realmente de onde sair a grana para arcar com o compromisso, é preciso fazer uso consciente das linhas disponíveis

Sua missão de hoje é: não sucumbir ao desejo de dormir enquanto o gerente do banco explica as diferentes modalidades de crédito e prestar a devida atenção que o assunto merece. E nunca consultar apenas as linhas de um banco. Aproveite as informações de um barganhando com o outro


(Sua dúvida não foi esclarecida? Não deixe barato: mande um e-mail para pondoordemnacasa@gmail.com e exija seus direitos de leitor não-pagante! Se estiver ao meu alcance, prometo lhe ajudar)

Liquidação nossa de cada início de ano

[Dica da booa] Passadas as festas, lojas físicas e virtuais fazem aquelas mega liquidações, com descontos que vão até 70%. A mão começa a coçar, não é mesmo?

E é aí que mora o perigo: veja, se você compra uma máquina fotográfica digital, por exemplo, por R$ 300, sendo que antes ela custava R$ 700, você não está economizando R$ 400, está gastando R$ 300. Essa sensação de "me dei bem" é puramente imaginação: nem vem, esse aparato é bacaninha, mas não é essencial na nossa vida, ainda mais na de um endividado. Eu, por exemplo, nem tenho. E imagino que o celular de última geração que você comprou em uma grande rede varejista em 17 vezes sem juros também tem uma camerazinha mais ou menos, para quebrar o galho.

Poisintão. Aproveito a deixa para publicar um texto que a Pro Teste, uma associação de defesa do consumidor bem da engajada, divulgou em seu site. Dá uma olhadinha nas dicas valiosas:


PROTESTE : como aproveitar as liquidações


É preciso cuidado com falsas promoções.Compras por impulso são vilãs que podem comprometer o orçamento familiar.


As promoções do varejo no mês de Janeiro já se tornaram tradição no Brasil. Consumidores enfrentam extensas filas  e se submetem a sacrifícios  para participar das liquidações de lojas de departamento, como enfrentar tumultos e carregar  pesados produtos em mãos  porque não é feita entrega da compra. A PROTESTE Associação de Consumidores recomenda cautela para que o esforço realmente compense.


Consumidores ávidos por preços vantajosos devem estar atentos e adquirir somente itens realmente necessários por preços justos, e que correspondam à oferta ou à publicidade. É preciso comparar os preços para avaliar se realmente vale a pena  a oferta da queima de estoque anunciada pelas empresas. Os anúncios  chegam a apontar produtos com desconto de até 70%, mas é preciso ver se o abatimento não é sobre preços inflados.


Para garimpar boas ofertas no mercado e tirar proveito das liquidações a Pro Teste orienta sobre os cuidados necessários:


¤ Faça pesquisa de preço para verificar se não se trata de "falsa liquidação", o que acontece com mais freqüência do que se pode imaginar. Na vitrine tudo induz a acreditar em produtos e preços ótimos, mas ao entrar na loja o consumidor verifica que não é bem assim.


¤ Não compre por impulso, só porque é barato, pois a mercadoria pode não ter utilidade para você. Compras por impulso são vilãs que podem comprometer o orçamento familiar.


¤ Não tenha pressa na compra para poder avaliar e escolher com cuidado os produtos. No caso de roupas prefira modelos mais clássicos e cores neutras.


¤ Veja se compensam as promoções do tipo "pegue dois, leve três", ou que dêem brindes, descontos em segunda compra, sorteio de prêmios, etc.


¤ Tenha cuidado redobrado com o estado das mercadorias, principalmente aquelas em exposição. Lembre-se que não poderá trocar, por isso, confira se não há defeitos que comprometam a utilização.
Pesquise os preços em vários estabelecimentos e defina, em casa, o que deve ser comprado. Um bom aliado disso são os anúncios em jornais, rádios ou tevês, que deverão ser guardados. O material publicitário poderá auxiliar numa eventual reclamação contra a empresa, caso não haja o cumprimento da oferta.


No caso de produtos com pequenos defeitos — roupas com manchas, descosturadas ou eletrodomésticos com partes amassadas, ou ainda, móveis de mostruário —,você deve exigir que a loja coloque na nota fiscal, os problemas apresentados, detalhando-os.  Os prazos para reclamar desses defeitos são de 30 dias para produtos não duráveis e 90 dias para produtos duráveis.


Fique esperto: economia é gastar menos dinheiro em algo que se precisa. E ponto.


Sua missão de hoje é: pensar antes de gastar

Bão e de graça

[RespondoMesmo] Mais uma do Leitor Anônimo (há!), desta vez, sobre palestras de orçamento doméstico do Procon de São Paulo:

"Os úncos horários são esses? não tem palestras aos sábados? Gostaria de sempre participar de algum evento!"

Olha, eu dei uma sapeada no site do Procon-SP e não achei nenhuma informação sobre a realização de palestras apenas durante a semana. De qualquer forma, as que eu tomo conhecimento, normalmente, são de segunda a sexta.

Você pode se manter informado aquió.

A próxima sobre finanças pessoais vai ser em uma quinta-feira, no dia 27 de janeiro. Aproveita este dia para doar sangue e conseguir aquele atestado de dispensa do trabalho (cheia dos conselhos tortos).

Fique esperto: o Procon não é o único lugar que concede cursos gratuitos de finanças pessoais. Em uma simples pesquisa no Google é possível achar um montão deles, alguns até virtuais - o que, digamos, facilita a logística.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

De volta à realidade

[Dia 10] Genteeees, que abondono louco esse do fim do ano! Entreguei-me às compras desenfreadas, à comida farta e à bebida, digamos, batizada, e deixei de lado essas coisas jovens e interativas da internet. Erro meu!

Assumida essa falha, é hora de, efetivamente, por ordem na casa. Agora não tem mais a desculpa de fim de ano, papai noel, peru da cesta da firrrrma e outras esfarrapadices/sses costumeiras à época do ano. Muito pelo contrário: agora que toda aquela riqueza repentina que lhe acometeu este fim de ano vai, digamos, configurar-se na realidade da pindura, encontramos o melhor momento de sair correndo com os braços para cima na rua - esperando uma resolução vir do cosmos - ou arregacar as mangas, guardar a carteira e executar o planejado.


Olha, um dos retornos que meus queridos leitores mais próximos (pessoas amigas obrigadas a ler este blog sob risco de morte)  me passam é o seguinte: tenho meda de fazer a tal da lista cheia de cifras, números e, depois, rabisca-la. Isso porque neste triste momento de confronto com o seu eu consumista, você percebe que assim não dá. E que ou você para de comer presunto e arrotar caviar ou daqui a pouco não tem nem para a mortadela semi-defumada.

Cá entre nós: eu passei por isso. Voltemos aos idos de 2000 e alguma coisa, quando eu, uma jovem estagiária, vivia atolada no cheque especial e em dívidas com cartões genéricos de lojas.  Olha que jumentinha: atrasava a vida o pagamento das faturas do cartão de loja (juro de cerca de 5% ao mês, se não me engano). Quando a mocinha do telemarketing ameaçava minha integridade moral com cartinhas do SPC, pagava a tal conta - cara por causa dos juros - com o limite do cheque especial (soca mais uns 8% de juros). Esse rebola-bola, de um lado pro outro, ao mesmo tempo que escrevia em meu pseudo-emprego sobre orçamento doméstico. Que bonitinha!

Um dia cansei e fui fazer a tal lista. Claro que não coloquei a parcela do cartão de loja (o que são R$ 40?), os cosméticos de todo o mês (R$ 20 não é nada!), os gastos com comidinhas (R$ 50/mês) e aquela revista bacana (R$ 15). Mixaria! Nisso iam R$ 125. A velha soma.... odeio! Nem preciso dizer quanto isso representa do ordenado de uma pobre estagiária, né?

E também não preciso dizer que a listinha não me serviu de nada. Alguns meses depois, em uma pindaiba maior, tive de refazer a coisa toda, inserindo as tais miudezas. E foi aí que tudo se lascou: gastava uns 30% a mais do que ganhava. Por isso que o banco me amava: enchia ele de grana todos os meses.

Foi aí que veio o rito de passagem. Sabe aquele posto no qual falei sobre organização das parcelas (ler "Curto ou longo")? Poisintão, fiz o tal fluxo de caixa mensal e vi que, dali uns cinco meses, conseguiria fazer o salário sobrar um bocadinho. Calculei então qual seria o meu déficit mensal nesse período, que seria emprestado do cheque especial. Ok tb. Tudo calculado, cheguei ao resultado: em noves meses, teria a solvência. Me livraria do negativo no banco e teria um sono relativamente tranquilo (apesar de ficar inadimplente com a faculdade - mas conto isso depois). Mas não poderia comprar nem uma agulha nesse meio tempo.

Agora você se pergunta: se ela está escrevendo o blog e hoje empresta dinheiro ao banco ao invés de tomar, deu certo! Veja bem: você sabe das agonias humanas e que os resultado nem sempre é como o planejado. Me perdi um pouco, demorei mais que nove meses, mas saí do enrosco.

Então, aceite o seu rito de passagem e pule do muro. Dá medo na hora, é difícil viver sem gastar R$ 1 - mas a recompensa é fantástica. Portanto, caneta e papel nas mãos!

Fique esperto: deslizes todos cometem, mas quando ele se torna recorrente, deixa de ser uma escapadela e volta a ser um vício. CUIDADO

Sua misão de hoje é: aceitar, de vez, sua nova realidade. É passageiro