Aqui é o seu lugar

Então você é como um daqueles tantos outros: fica de olho em uma calça linda (e cara) mas não compra por dó dos 140 reais e, minutos depois, gasta esse mesmo valor com coisas bestas que jamais vai usar, tipo um par de brincos com pingente de xamã, um leque chinês e um porta-qualquer-coisa? Pois é: a soma (das parcelas) e a subtração (do salário) são as contas mais complexas que a matemática já nos apresentou.

Aprochegue-se, sente-se e tome um café! Aqui é o seu lugar e é com você mesmo que eu quero falar. A ideia é: gastar bem e sempre, de forma moderada e inteligente. Juntos, a gente consegue.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Primeira sobrinha do mês

[HoraDeInvestir] É uma coisa tão linda de Deus quando, depois de passar aquele perrengue, conseguimos enxergar uma folga de nem que seja R$ 50 no orçamento. Acabou o mês e o dindin está lá, lindo — sua recompensa pelas privações vividas nos últimos tempos.

Dá um comichão, uma vontade de torrar tudo em um presente para você, não é? Quem sabe, até comprar algo de R$ 100, parcelando em duas vezes no seu recém-readmitido cartão de crédito (se sobrou R$ 50 neste mês, sobrará o mesmo valor mês que vem, não é?).

Não, pessoa gênia. E dar adeus assim, sem mais nem menos, ao seu troféu é uma estupidez tremenda. Você deve guardá-lo, isso sim. Vai que no mês que vem você passa por um problema e precisa, justamente, de R$ 50 para comprar remédio, um tênis para seu filho ou metade de um pneu pro seu carro?

A pergunta que se segue é onde investir esse valor tão rizível. Se você chegar para seu gerente do banco, pedindo orientação, ele vai dar uma gargalhada. Montantes pequenos assim combinam sabe com o quê? Com a boa e velha poupança.

Tenho que assumir que AMO, de paixão, essa aplicação fácil e acessível. Não rende lá grande coisa, mas faz parte de um exercício para os próximos investimentos. Afinal, se você não entender nem a porpa, como conseguirá compreender esses tais de CDBs, ações e lá vai cacetada? Impossível, bem.

Aí vale uma informação. Uma pesquisa da consultoria Economatica mostrou que, em 2009, a rentabilidade nominal da aplicação mais segura do Brasil foi a menor da história, em 7,05%. ("então essa louca que escreve o blog quer me ferrar dando conselho torto?", vc pensa. e eu respondo: "carma lá!")


Por outro lado, o ganho real do poupador — que nada mais é do que o juro pago pelo banco, menos a inflação — foi superior à de 2008, quebrando uma sequência de dois anos de queda. Belezura!

Seguinte: a poupança rende, no mínimo, 0,5% ao mês. Isso dá 6,17% ao ano, sendo extremamente exata. Além disso, tem a incidência da taxa referencial (TR) do mês. A TR é um indicador de compreensão impossível oriunda da Selic (lembra do Copão de cerveja?). Vamos supor que renda 1% no ano. Em uma conta tortinha, temos 7,17% ao ano. Eba! Tirando uns 5% de inflação, chamada de Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), sobram 2,17% de ganho real

Suposições à parte, dá uma olhadin nos dados da Economatica para você entender o cenário:



Fique esperto: o legal da poupança é que ela é isenta de imposto de renda, então você pode movimentar os valores sempre que quiser (mas eu indico que isso ocorra apenas quando for necessário). Isso, sem qualquer cobrança adicional. Os bancos também não cobram tarifa de manutenção, então o ganho é limpinho. Lindeza, né?

Sua missão de hoje é: abrir sua poupança, vinculada à conta-corrente para facilitar as transferências

Um comentário:

  1. Tá bom vai! Depois da lição de moral dos primeiros parágrafos desisti do tão sonhado e indispensável 40º sapato para investir na poupança. Obrigado por postar os gráficos. Na falta de entendimento sempre é bom desenhar!

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Manda!