Aqui é o seu lugar

Então você é como um daqueles tantos outros: fica de olho em uma calça linda (e cara) mas não compra por dó dos 140 reais e, minutos depois, gasta esse mesmo valor com coisas bestas que jamais vai usar, tipo um par de brincos com pingente de xamã, um leque chinês e um porta-qualquer-coisa? Pois é: a soma (das parcelas) e a subtração (do salário) são as contas mais complexas que a matemática já nos apresentou.

Aprochegue-se, sente-se e tome um café! Aqui é o seu lugar e é com você mesmo que eu quero falar. A ideia é: gastar bem e sempre, de forma moderada e inteligente. Juntos, a gente consegue.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

De volta à realidade

[Dia 10] Genteeees, que abondono louco esse do fim do ano! Entreguei-me às compras desenfreadas, à comida farta e à bebida, digamos, batizada, e deixei de lado essas coisas jovens e interativas da internet. Erro meu!

Assumida essa falha, é hora de, efetivamente, por ordem na casa. Agora não tem mais a desculpa de fim de ano, papai noel, peru da cesta da firrrrma e outras esfarrapadices/sses costumeiras à época do ano. Muito pelo contrário: agora que toda aquela riqueza repentina que lhe acometeu este fim de ano vai, digamos, configurar-se na realidade da pindura, encontramos o melhor momento de sair correndo com os braços para cima na rua - esperando uma resolução vir do cosmos - ou arregacar as mangas, guardar a carteira e executar o planejado.


Olha, um dos retornos que meus queridos leitores mais próximos (pessoas amigas obrigadas a ler este blog sob risco de morte)  me passam é o seguinte: tenho meda de fazer a tal da lista cheia de cifras, números e, depois, rabisca-la. Isso porque neste triste momento de confronto com o seu eu consumista, você percebe que assim não dá. E que ou você para de comer presunto e arrotar caviar ou daqui a pouco não tem nem para a mortadela semi-defumada.

Cá entre nós: eu passei por isso. Voltemos aos idos de 2000 e alguma coisa, quando eu, uma jovem estagiária, vivia atolada no cheque especial e em dívidas com cartões genéricos de lojas.  Olha que jumentinha: atrasava a vida o pagamento das faturas do cartão de loja (juro de cerca de 5% ao mês, se não me engano). Quando a mocinha do telemarketing ameaçava minha integridade moral com cartinhas do SPC, pagava a tal conta - cara por causa dos juros - com o limite do cheque especial (soca mais uns 8% de juros). Esse rebola-bola, de um lado pro outro, ao mesmo tempo que escrevia em meu pseudo-emprego sobre orçamento doméstico. Que bonitinha!

Um dia cansei e fui fazer a tal lista. Claro que não coloquei a parcela do cartão de loja (o que são R$ 40?), os cosméticos de todo o mês (R$ 20 não é nada!), os gastos com comidinhas (R$ 50/mês) e aquela revista bacana (R$ 15). Mixaria! Nisso iam R$ 125. A velha soma.... odeio! Nem preciso dizer quanto isso representa do ordenado de uma pobre estagiária, né?

E também não preciso dizer que a listinha não me serviu de nada. Alguns meses depois, em uma pindaiba maior, tive de refazer a coisa toda, inserindo as tais miudezas. E foi aí que tudo se lascou: gastava uns 30% a mais do que ganhava. Por isso que o banco me amava: enchia ele de grana todos os meses.

Foi aí que veio o rito de passagem. Sabe aquele posto no qual falei sobre organização das parcelas (ler "Curto ou longo")? Poisintão, fiz o tal fluxo de caixa mensal e vi que, dali uns cinco meses, conseguiria fazer o salário sobrar um bocadinho. Calculei então qual seria o meu déficit mensal nesse período, que seria emprestado do cheque especial. Ok tb. Tudo calculado, cheguei ao resultado: em noves meses, teria a solvência. Me livraria do negativo no banco e teria um sono relativamente tranquilo (apesar de ficar inadimplente com a faculdade - mas conto isso depois). Mas não poderia comprar nem uma agulha nesse meio tempo.

Agora você se pergunta: se ela está escrevendo o blog e hoje empresta dinheiro ao banco ao invés de tomar, deu certo! Veja bem: você sabe das agonias humanas e que os resultado nem sempre é como o planejado. Me perdi um pouco, demorei mais que nove meses, mas saí do enrosco.

Então, aceite o seu rito de passagem e pule do muro. Dá medo na hora, é difícil viver sem gastar R$ 1 - mas a recompensa é fantástica. Portanto, caneta e papel nas mãos!

Fique esperto: deslizes todos cometem, mas quando ele se torna recorrente, deixa de ser uma escapadela e volta a ser um vício. CUIDADO

Sua misão de hoje é: aceitar, de vez, sua nova realidade. É passageiro

Um comentário:

  1. Meu orgulho essa menina! Um dia aprendo a ser assim e picar todos os meus cartõezinhos queridos!

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