Assumida essa falha, é hora de, efetivamente, por ordem na casa. Agora não tem mais a desculpa de fim de ano, papai noel, peru da cesta da firrrrma e outras esfarrapadices/sses costumeiras à época do ano. Muito pelo contrário: agora que toda aquela riqueza repentina que lhe acometeu este fim de ano vai, digamos, configurar-se na realidade da pindura, encontramos o melhor momento de sair correndo com os braços para cima na rua - esperando uma resolução vir do cosmos - ou arregacar as mangas, guardar a carteira e executar o planejado.
Olha, um dos retornos que meus queridos leitores mais próximos (pessoas amigas obrigadas a ler este blog sob risco de morte) me passam é o seguinte: tenho meda de fazer a tal da lista cheia de cifras, números e, depois, rabisca-la. Isso porque neste triste momento de confronto com o seu eu consumista, você percebe que assim não dá. E que ou você para de comer presunto e arrotar caviar ou daqui a pouco não tem nem para a mortadela semi-defumada.
Um dia cansei e fui fazer a tal lista. Claro que não coloquei a parcela do cartão de loja (o que são R$ 40?), os cosméticos de todo o mês (R$ 20 não é nada!), os gastos com comidinhas (R$ 50/mês) e aquela revista bacana (R$ 15). Mixaria! Nisso iam R$ 125. A velha soma.... odeio! Nem preciso dizer quanto isso representa do ordenado de uma pobre estagiária, né?
E também não preciso dizer que a listinha não me serviu de nada. Alguns meses depois, em uma pindaiba maior, tive de refazer a coisa toda, inserindo as tais miudezas. E foi aí que tudo se lascou: gastava uns 30% a mais do que ganhava. Por isso que o banco me amava: enchia ele de grana todos os meses.
Foi aí que veio o rito de passagem. Sabe aquele posto no qual falei sobre organização das parcelas (ler "Curto ou longo")? Poisintão, fiz o tal fluxo de caixa mensal e vi que, dali uns cinco meses, conseguiria fazer o salário sobrar um bocadinho. Calculei então qual seria o meu déficit mensal nesse período, que seria emprestado do cheque especial. Ok tb. Tudo calculado, cheguei ao resultado: em noves meses, teria a solvência. Me livraria do negativo no banco e teria um sono relativamente tranquilo (apesar de ficar inadimplente com a faculdade - mas conto isso depois). Mas não poderia comprar nem uma agulha nesse meio tempo.
Agora você se pergunta: se ela está escrevendo o blog e hoje empresta dinheiro ao banco ao invés de tomar, deu certo! Veja bem: você sabe das agonias humanas e que os resultado nem sempre é como o planejado. Me perdi um pouco, demorei mais que nove meses, mas saí do enrosco.
Então, aceite o seu rito de passagem e pule do muro. Dá medo na hora, é difícil viver sem gastar R$ 1 - mas a recompensa é fantástica. Portanto, caneta e papel nas mãos!
Fique esperto: deslizes todos cometem, mas quando ele se torna recorrente, deixa de ser uma escapadela e volta a ser um vício. CUIDADO
Sua misão de hoje é: aceitar, de vez, sua nova realidade. É passageiro
Meu orgulho essa menina! Um dia aprendo a ser assim e picar todos os meus cartõezinhos queridos!
ResponderExcluir