Aqui é o seu lugar

Então você é como um daqueles tantos outros: fica de olho em uma calça linda (e cara) mas não compra por dó dos 140 reais e, minutos depois, gasta esse mesmo valor com coisas bestas que jamais vai usar, tipo um par de brincos com pingente de xamã, um leque chinês e um porta-qualquer-coisa? Pois é: a soma (das parcelas) e a subtração (do salário) são as contas mais complexas que a matemática já nos apresentou.

Aprochegue-se, sente-se e tome um café! Aqui é o seu lugar e é com você mesmo que eu quero falar. A ideia é: gastar bem e sempre, de forma moderada e inteligente. Juntos, a gente consegue.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Sem desaforo

[Dia 9] Gentes, assumo: fazer planejamento orçamentário em pleno fim de ano é dose. Mas, porém, contudo, entretanto e todavia, é o período que cai o dinheiro extra do décimo terceiro salário. Então ele dá aquele gás na sua conta-corrente, pobrezinha, toda pintada de vremeio.

Pois bem. Foi exatamente por isso que publiquei aquela informação da Anefac sobre o abono. O fato é que dinheiro na mão é vendaval e, depois de meses amargos, quando cai aquela graninha extra a única coisa que nos move é a pretensão de gastá-la. O quanto antes. O mais rápido possível.

Acho que a raça humana detesta o dinheiro. Por isso que quer afastá-lo de si o quanto antes. Estranho, não? Amor e ódio.

O prudente, obviamente, seria juntar aquele dinheiro que, na verdade, não existe em seu orçamento. Se você viver mensalmente com um valor e, de repente, vem o dobro dele em um mês, é uma espécie de prêmio da loteria. Principalmente porque no começo do ano vencem todas aquelas contas bacanas e baratinhas, como IPVA, IPTU, matrícula escolar, e por aí vai.

Em Sampa, por exemplo, o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) costuma ficar 3% mais barato se pago à vista. Em três vezes, o valor é fechado.

Vamos pensar assim:  você guarda a grana do décimo terceiro e paga o IPVA, com o valor hipotético de R$ 1,5 mil, à vista. O preço real será de R$ 1.455, com um descontinho de R$ 45.

Mixaria né? Claro que não!

Se tem uma coisa que endividado precisa saber é que dinheiro não aceita desaforo. Se você despreza-lo hoje, amanhã não terá os R$ 2,30 do ônibus.

Agora, vamos supor que você pague o valor em três vezes sem juros, por exemplo, e deixe o seu dinheirinho lindo do décimo terceiro rendendo na poupança (#aprendicomoblog). Assim é certo, não? Errado!


Suponhamos que a poupança renda nos três primeiros meses do ano 0,6% ao mês. O seu ganho será de R$ 28,98 só, para R$ 1.528,98. No fim, perderá R$ 16,02.

Ah, mas é pouco!

Lembre-se de novo, pessoa sem memória: dinheiro não aceita desaforo. E se para você não faz falta, fique à vontade para depositar na minha conta =D

Fique esperto: o exemplo foi relativo ao IPVA, mas vale para toda e qualquer conta. Não é o mais correto de se fazer, mas, para simplificar e apenas ter uma ideia, pense da seguinte forma: tenho um desconto de 5% se pagar à vista. Se parcelar em quatro vezes, o valor é fechado. Quatro meses de poupança rendendo equivalem a 0,6% + 0,6% + 0,6% + 0,6% = 2,4%. Compensa pagar como?

Fique espero 2: economistas e matemáticos, não me odeiem! Eu sei que não é possível somar juros assim, que para fazer uma conta completamente exata é preciso transforma-los em fator e trala. Mas como em prazos pequenos a diferença não é muito grande e nosso amigo leitor não precisa ser um matemático financeiro para pensar uma compra de forma inteligente, resolvi não complicar a vida dele. Apenas para você não me chamar de Jornalista que Induz os Outros ao Erro, a remuneração da poupança de 0,6% em quatro meses representa maomenos 2,42% =P

Sua missão de hoje é: pensar sobre COMO gastar

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Manda!